O projeto para o Pavilhão da Itália na 18ª Exposição Internacional de Arquitetura – La Biennale di Venezia terá curadoria de Fosbury Architecture, um coletivo composto por Giacomo Ardesio, Alessandro Bonizzoni, Nicola Campri, Veronica Caprino e Claudia Mainardi. A proposta da equipe para a exposição é baseada em uma prática de pesquisa que vê a arquitetura como resultado de um trabalho coletivo e colaborativo. De janeiro a abril, período que antecede a abertura da Bienal, nove intervenções site-specific intituladas Spaziale presenta ativarão diferentes lugares em toda a Itália.
A exposição no Pavilhão da Itália de 20 de maio a 26 de novembro de 2023 será a síntese formal e teórica dos processos desencadeados nas nove regiões durante os meses anteriores. Intitulado Spaziale: Everyone Belongs to Everyone Else (Spaziale: Todos Pertencem a Todos), o projeto curatorial visa fornecer um retrato distinto e original da arquitetura italiana no contexto internacional.
O coletivo anunciou recentemente “Siren Land” como o título da segunda das nove intervenções. Tendo como pano de fundo a Baía de Ieranto, uma enseada na ponta da península de Sorrento conhecida como a casa das sereias. Na baía, ainda ecoam histórias da mitologia grega: segundo Plínio, o Velho, este é o local exato onde Ulisses teria encontrado as sereias, cujo canto cativante atrasou sua viagem de volta a Ítaca, como conta Homero na Odisseia.
De propriedade do Fondo Ambienti Italiano, o local funcionará como incubadora do projeto. O atelier de design BB (Alessandro Bava e Fabrizio Ballabio) colabora com a equipe por trás do Terraforma, festival internacional de música, para criar um projeto na interseção entre mitologia e tecnologia. O objetivo é gerar um dispositivo capaz de revelar o ambiente do fundo do mar e gerar novas formas ritualísticas.
Perante o declínio do antropocentrismo e em preparação para o desafio da sobrevivência da espécie humana, surge a necessidade de reafirmar o contrato espacial entre o homem e a natureza, face às futuras mudanças climáticas. - Fosbury Arquitetura
Ao apresentar as particularidades do contexto italiano, o projeto curatorial visa alinhar-se com o tema abrangente do Laboratório do Futuro definido para a Bienal pela curadora Lesley Lokko. Outros pavilhões nacionais também selecionaram seus curadores, muitos dos quais anunciaram projetos curatoriais inspirados nas particularidades de seus países. O Studio KO, curador do Pavilhão Nacional do Uzbequistão, tem como objetivo focar na rica herança arquitetônica do país como fonte de inspiração para o desenvolvimento de soluções mais sustentáveis. O Pavilhão dos Países Nórdicos, com curadoria de Joar Nango, traz para Veneza um fragmento da cultura indígena Sámi. Ao mesmo tempo, o Pavilhão da Geórgia questiona a temporalidade de nosso impacto ambiental, explorando um assentamento artificialmente alterado na região de Dusheti, na Geórgia.